Quatro jogadoras do América-MG registraram boletim de ocorrência denunciando assédio por parte de um dos assistentes de arbitragem durante a partida contra o Juventude, pelo Campeonato Brasileiro Feminino. O jogo terminou em empate por 1 a 1 no sábado, em Bento Gonçalves (RS). O assistente Claiton Timm, acusado no caso, foi afastado pela CBF, mas ainda não se pronunciou.
Registro e investigação
As atletas registraram a denúncia na Oitava Delegacia Regional de Bento Gonçalves na noite do sábado. O caso foi encaminhado para a Delegacia da Mulher, que dará prosseguimento às investigações a partir desta segunda-feira.
Segundo informações da Polícia Civil, obtidas pelo ge, o assédio teria ocorrido por parte de um dos assistentes de arbitragem, que também foi ouvido pela polícia. As jogadoras relataram o caso a policiais da Força Tática que estavam no local, sendo todas encaminhadas à delegacia, junto com o suspeito e testemunhas.
A arbitragem da partida foi comandada por Jenifer Alves de Freitas, do Rio de Janeiro, com Cassio Pires Dornelles e Claiton Timm, do Rio Grande do Sul, como assistentes. O quarto árbitro foi Eduardo Bastos, também gaúcho.
Nota oficial do América-MG
O América-MG divulgou uma nota condenando o ocorrido. O clube informou que, antes do início da partida, o profissional teria feito comentários e piadas de cunho sexual por meio do rádio comunicador, direcionados às jogadoras do time. O clube classificou o comportamento como inaceitável e ofensivo.
O América afirmou que espera uma punição para o assistente e declarou que enviará um ofício à CBF relatando o caso. O clube também se colocou à disposição para colaborar com a investigação e ajudar na criação de medidas preventivas contra novos casos desse tipo.
Relato na súmula
Na súmula do jogo, a equipe de arbitragem descreveu o ocorrido:
“Após o término da partida, a equipe de arbitragem foi abordada por policiais que faziam a segurança do evento. Eles relataram que uma atleta do América solicitava o registro de um boletim de ocorrência contra um membro da equipe de arbitragem. A arbitragem acompanhou os policiais até a delegacia para prestar esclarecimentos. Um registro foi realizado, mas o escrivão informou que não poderia fornecer detalhes do caso naquele momento.”
Solidariedade do Juventude
O Juventude manifestou apoio às jogadoras do América-MG e repudiou os atos relatados. Em nota oficial, o clube gaúcho afirmou:
“O Esporte Clube Juventude presta solidariedade às jogadoras do América-MG e condena veementemente os atos descritos. Esperamos que as autoridades competentes realizem uma investigação rigorosa. Além disso, nos colocamos à disposição para ajudar no que for necessário para que os fatos sejam esclarecidos.”
Preservação das vítimas
Por questões de segurança e privacidade, os nomes das jogadoras que denunciaram o caso não foram divulgados. O assistente acusado foi procurado pela reportagem, mas até o momento não se pronunciou.