A Fifa divulgou pela quarta vez um relatório sobre o futebol feminino global, uma análise que realiza desde 2021. Um dos pontos que mais preocupam a entidade é a baixa presença de mulheres comandando equipes nas ligas femininas. Segundo o estudo, apenas 22% das equipes têm treinadoras mulheres. O objetivo do relatório é incentivar a inclusão de mais mulheres nesse espaço e tornar o ambiente menos hostil para elas. No documento, a Fifa apresenta sugestões para promover essas mudanças, como aumentar as oportunidades de qualificação para treinadoras e estimular debates sobre o futebol feminino.
De acordo com o relatório:
- As ligas precisam oferecer caminhos claros de treinamento e suporte para mulheres que desejam atuar como árbitras, treinadoras ou em cargos administrativos.
- Os clubes também podem ajudar facilitando o acesso a programas de qualificação.
- Iniciativas como o Programa de Desenvolvimento do Futebol Feminino da Fifa, incluindo Mentoria de Treinadores e Bolsa de Educação, fornecem apoio financeiro para a formação de treinadores.
- Outras ações, como a Capacitação para Administradores e o Programa de Liderança de Mulheres no Futebol, buscam aumentar a presença de mulheres em cargos de liderança e decisões importantes no futebol.
No Brasileirão feminino Série A1, apenas quatro treinadoras comandam times entre os 16 da elite nacional. Esse grupo inclui Jéssica de Lima (Ferroviária), Camilla Orlando (Palmeiras), Thaissan Passos (Grêmio) e Regiane Santos (Sport).
O relatório deste ano analisou 86 ligas e 669 clubes, um aumento significativo em relação à edição anterior, que avaliou 34 ligas e 316 clubes. O Brasil se destacou no ranking de público, registrando 33.175 torcedores na final da Supercopa Feminina 2023. No comparativo global, o país ficou em segundo lugar em público presente em um único jogo, atrás apenas da Inglaterra, que reuniu 60.160 torcedores na partida entre Arsenal e Manchester United. Esse recorde foi superado na final do Brasileirão Feminino 2024, quando 44.529 torcedores lotaram a Neo Química Arena para assistir ao Corinthians.
Outros dados revelados incluem que apenas 9% das ligas femininas no mundo utilizam o VAR. No Brasil, a tecnologia está disponível a partir das quartas de final da Série A1, prática que foi utilizada em 2024 e permanecerá na edição de 2025. Já na arbitragem em campo, 42% dos jogos contam com árbitras no comando.
A Fifa reforça a importância de estudar e diagnosticar o cenário do futebol feminino para buscar soluções e avanços. Ao longo da semana, outros pontos do relatório serão abordados, trazendo mais insights sobre o futuro da modalidade.